Segundo a Dra. Thaline Neves, à medida que a gestação avança, o feto não apenas se desenvolve fisicamente: ele começa a reagir a sons, luzes e toques que chegam do mundo exterior, criando as bases para a vida pós-nascimento. Isto posto, entender esses estímulos ajuda os pais a interagir de forma afetiva e segura, contribuindo para o bem-estar de toda a família. Portanto, continue a leitura e descubra, passo a passo, como cada sentido do seu bebê se desperta antes do grande encontro.
Sentidos que o bebê sente e desenvolve no útero
Logo no primeiro trimestre, os órgãos sensoriais se formam de maneira impressionante. A audição, por exemplo, inicia seu amadurecimento por volta da 18.ª semana, mas atinge plena funcionalidade apenas ao redor da 25.ª. Nessa fase, o líquido amniótico funciona como um condutor suave, filtrando ruídos externos e enfatizando batimentos cardíacos e sons digestivos da mãe, uma sinfonia que traz conforto e familiaridade ao pequeno, como comenta a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves.
Inclusive, esse ambiente sonoro prepara o feto para reconhecer vozes e ritmos logo após o parto, fortalecendo o vínculo afetivo. O tato também ganha destaque no segundo trimestre. Assim sendo, ao tocar as paredes uterinas ou o próprio rosto, o bebê experimenta texturas e pressões, aprendendo sobre limites corporais e desenvolvendo reflexos importantes.
Aliás, estímulos táteis sutis, como a oscilação do corpo materno ao caminhar, provocam leves balanços que acalmam e induzem ao sono fetal. Já no terceiro trimestre, o paladar se refina: moléculas dos alimentos ingeridos pela mãe atravessam o líquido amniótico, permitindo ao bebê saborear nuances de doce, salgado e amargo.
Como o bebê sente os sons externos?
Ao redor da 25.ª semana, a cóclea e o nervo auditivo estão prontos para captar vibrações de baixa e média frequência. De acordo com Thaline Neves, essa janela de desenvolvimento torna a voz da mãe o som mais significativo do período, pois viaja por ossos, músculos e fluídos de forma clara. O pai e outros cuidadores também podem falar perto do abdômen para criar familiaridade; estudos mostram que recém-nascidos reconhecem melodias ouvidas repetidamente durante a gestação.

Dessa forma, durante sessões de música suave, o ritmo do coração fetal tende a se estabilizar, indicando relaxamento. Por outro lado, ruídos muito altos ou súbitos podem gerar pequenos sobressaltos, perceptíveis nos exames de ultrassom como movimentos de braços e pernas. Por isso, recomenda-se evitar exposições prolongadas a sons acima de 90 decibéis, contribuindo para um ambiente intrauterino mais tranquilo e saudável.
Por que a luz influencia o que o bebê sente?
A retina começa a perceber clarões a partir da 30.ª semana, quando as pálpebras deixam de ficar constantemente fechadas. Uma vez que, a pele abdominal filtra a intensidade luminosa, mas variações de luz, como entrar em um ambiente ensolarado, ainda chegam ao útero, provocando um sutil “piscar” fetal observado em exames. Esse treino visual precoce ajuda a sincronizar ritmos circadianos e a preparar o sistema nervoso para diferenciar claro e escuro após o nascimento.
Estímulos táteis: o que o bebê sente quando tocamos a barriga
A partir da 20.ª semana, tocar o abdômen provoca leves variações de pressão percebidas pelo feto. Carícias circulares ou leves “tapinhas” estimulam receptores cutâneos ainda em desenvolvimento, criando uma comunicação não verbal importante. Aliás, pesquisas revelam que essas interações aumentam a liberação de ocitocina materna, hormônio ligado à sensação de bem-estar, beneficiando mãe e bebê em conjunto.
Lista de estímulos positivos que o bebê sente
Em resumo, antes de conhecer o mundo exterior, o pequeno já vivencia experiências que deixarão marcas sensoriais duradouras, conforme destaca a Dra. Thaline Neves. Isto posto, em seguida, veja uma lista de estímulos que contribuem para um desenvolvimento mais saudável do bebê:
- Vozes suaves e repetidas, sobretudo da mãe e do pai
- Música clássica ou canções de ninar em volume moderado
- Caminhadas leves, que geram balanço rítmico no líquido amniótico
- Toques delicados e massagens na barriga
- Alimentação equilibrada, que introduz sabores variados no líquido amniótico
Essas práticas fortalecem conexões neuronais, regulam o humor materno e criam memórias sensoriais que ajudarão o bebê a reconhecer ambientes seguros após o nascimento.
Futuros pais: saibam que seu bebê já começa a aprender dentro da barriga!
Em conclusão, sentir o bebê responder a sons, luzes e carinhos ainda no útero transforma a gestação em uma experiência interativa e emocionante. Quando os pais falam, cantam ou simplesmente repousam as mãos sobre a barriga, estão ensinando ao filho que o mundo exterior já o acolhe com afeto e segurança. Essa aproximação ajuda a construir vínculos sólidos e estimula o desenvolvimento neuropsicomotor desde os primeiros estágios da vida.
Dessa forma, ao compreender como cada sentido amadurece, as famílias conseguem criar rotinas sensoriais mais conscientes, respeitando o ritmo natural do bebê e preparando-se para uma transição suave do útero para o colo, como pontua a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves. Portanto, no final, o segredo está em ouvir, tocar e cuidar, celebrando cada pequena reação que sinaliza: o seu bebê já sente, aprende e ama antes mesmo de nascer.
Autor: Katy Müller