Segundo o professor Bruno Garcia Redondo, os novos modelos de negócios na advocacia têm se destacado como um movimento de renovação que acompanha a transformação digital e a mudança no comportamento dos clientes. A advocacia contemporânea exige estratégias inovadoras para se manter relevante e competitiva em um mercado cada vez mais dinâmico.
A adoção de novas abordagens no exercício da profissão jurídica tem permitido aos profissionais do Direito ampliarem seu alcance, diversificarem suas fontes de receita e se adaptarem às exigências do século XXI. O modelo tradicional, baseado exclusivamente na prestação de serviços jurídicos consultivos ou contenciosos, já não é suficiente para garantir a sustentabilidade de muitos escritórios. Confira!
A digitalização é base dos novos modelos de negócios na advocacia?
A transformação digital é uma das principais impulsionadoras dos novos modelos de negócios na advocacia. Escritórios estão investindo em plataformas online, atendimento remoto e automação de processos jurídicos. A tecnologia permite maior agilidade, redução de custos e melhora na experiência do cliente.
De acordo com Bruno Garcia Redondo, essa transição digital exige do advogado uma postura mais estratégica, com foco em gestão de dados, análise de indicadores e uso de ferramentas tecnológicas para oferecer soluções mais completas. Softwares de gestão, inteligência artificial e jurimetria são cada vez mais utilizados por profissionais que desejam inovar.
Advocacia por assinatura modelo acessível?
Entre os formatos que têm ganhado força no mercado jurídico, especialmente diante da busca por soluções mais acessíveis, ágeis e alinhadas às dinâmicas empresariais e pessoais contemporâneas, destaca-se a advocacia por assinatura.
Nesse modelo, os clientes contratam um pacote de serviços jurídicos mediante o pagamento de um valor fixo mensal, que lhes garante acesso contínuo a consultorias, orientações e determinados atos jurídicos previamente definidos no contrato. Trata-se de uma modalidade que oferece não apenas comodidade, mas também previsibilidade financeira, tanto para os clientes quanto para os escritórios de advocacia.

Na prática, esse modelo democratiza o acesso ao serviço jurídico, uma vez que elimina a incerteza dos honorários variáveis e dos custos inesperados típicos da advocacia tradicional. O cliente, por sua vez, se sente mais seguro para consultar seu advogado sempre que necessário, sem receio de gerar custos adicionais a cada atendimento, o que contribui para a prevenção de problemas, redução de riscos e tomada de decisões mais embasadas do ponto de vista legal.
Bruno Garcia Redondo observa que a advocacia por assinatura representa uma verdadeira transformação na relação entre advogado e cliente. Além de favorecer a fidelização, fortalece o vínculo de confiança e proporciona ao profissional uma fonte de receita recorrente, o que torna a gestão financeira do escritório mais estável, previsível e escalável. Esse modelo também permite ao advogado planejar melhor sua capacidade produtiva, otimizar seus processos internos e focar na entrega de valor contínuo.
Ademais, essa tendência reflete uma mudança de paradigma na prestação de serviços jurídicos, aproximando-se de modelos já consolidados em outros setores, como tecnologia, consultoria e saúde. A advocacia por assinatura, portanto, não é apenas uma inovação contratual, mas também uma resposta às novas exigências do mercado, que demanda serviços mais personalizados, acessíveis, ágeis e orientados à construção de soluções constantes e de longo prazo.
Marketing jurídico e presença online estratégica
A segmentação de mercado e a especialização são estratégias fundamentais nos novos formatos da advocacia. Atuar em nichos específicos, como direito digital, compliance, direito médico ou ambiental, por exemplo, permite ao advogado se tornar referência em áreas com alta demanda e pouca concorrência.
Conforme Bruno Garcia Redondo, a especialização aumenta o valor percebido dos serviços jurídicos e permite uma comunicação mais eficaz com públicos específicos. A atuação nichada também favorece a criação de conteúdo relevante, o que fortalece o posicionamento digital do profissional. A atuação moderna do advogado exige não apenas excelência técnica, mas também habilidades em marketing jurídico e posicionamento online.
Por fim, produzir conteúdo relevante em blogs, redes sociais e vídeos ajuda a educar o público, aumentar a autoridade e atrair novos clientes de forma orgânica. Bruno Garcia Redondo frisa que a ética na comunicação deve ser observada com rigor, mas há diversas formas legítimas de promover o trabalho jurídico sem ferir o Código de Ética da OAB.
Autor: Katy Müller