O engenheiro Odair Jose Mannrich, fundador da empresa Versa Engenharia Ambiental, explica que o avanço tecnológico tem aproximado cada vez mais dois elementos essenciais para a vida e para o desenvolvimento sustentável: água e energia. Essa integração vem transformando o setor de saneamento, tornando os sistemas mais eficientes, econômicos e ecologicamente corretos. Neste artigo, você vai entender quais são as principais inovações que estão unindo água e energia, de que forma essas soluções estão sendo aplicadas e por que elas representam o futuro do saneamento no Brasil e no mundo.
Por que a integração entre água e energia é tão importante para o saneamento?
O setor de saneamento é, historicamente, um dos que mais consome energia. O bombeamento, o tratamento e a distribuição de água exigem grande quantidade de eletricidade, o que torna essencial o uso de soluções inteligentes e sustentáveis. Ao mesmo tempo, a energia depende da água em diversos processos produtivos, como a geração hidrelétrica e o resfriamento industrial.
Essa relação direta entre água e energia criou o que especialistas chamam de “nexo hídrico-energético”, um conceito que defende o planejamento integrado entre os dois recursos. Segundo Odair Jose Mannrich, compreender essa interdependência é o primeiro passo para criar sistemas de saneamento que economizem energia, preservem recursos naturais e garantam o abastecimento de forma contínua.
Quais tecnologias estão revolucionando o uso conjunto de água e energia?
Diversas inovações tecnológicas estão sendo implementadas para otimizar o consumo de energia nos sistemas de saneamento e, ao mesmo tempo, reaproveitar a água de maneira inteligente. Entre as mais promissoras estão:
- Geração de energia a partir de esgoto: Estações de tratamento estão utilizando o biogás produzido pela decomposição de resíduos orgânicos para gerar eletricidade e calor. Essa energia pode ser usada para alimentar o próprio sistema de tratamento, reduzindo custos e emissões de carbono.
- Turbinas hidráulicas em redes de abastecimento: O aproveitamento da pressão em tubulações de distribuição permite gerar energia elétrica limpa, sem prejudicar o fluxo de água.
- Reuso de água industrial e agrícola: Tecnologias de tratamento avançado, como membranas filtrantes e ozonização, tornam possível reutilizar a água em diferentes processos produtivos, poupando recursos e diminuindo a necessidade de captação.
- Monitoramento inteligente: Sensores e softwares de automação possibilitam acompanhar em tempo real o consumo de água e energia, detectando vazamentos e otimizando o desempenho dos equipamentos.
De acordo com Odair Jose Mannrich, essas inovações representam um marco no setor, pois demonstram que é possível conciliar desenvolvimento econômico, eficiência operacional e preservação ambiental.
Como a engenharia contribui para essa transformação?
A engenharia ambiental e energética desempenha papel central nessa integração entre água e energia. Profissionais do setor estão desenvolvendo soluções que repensam a infraestrutura urbana, priorizando a eficiência e o reaproveitamento de recursos. Projetos de saneamento moderno agora incluem sistemas híbridos, capazes de gerar energia a partir dos próprios resíduos do tratamento.
A engenharia está aplicando ferramentas de modelagem digital e simulação computacional para projetar redes mais inteligentes, com consumo otimizado de recursos. O engenheiro Odair Jose Mannrich ressalta que essa nova abordagem requer planejamento estratégico e inovação constante. A sustentabilidade deixou de ser apenas um diferencial e passou a ser uma exigência técnica e social para a sobrevivência das cidades e a melhoria da qualidade de vida da população.
Quais são os benefícios ambientais e econômicos dessas inovações?
A união entre água e energia traz uma série de benefícios para o meio ambiente e para a economia. Do ponto de vista ambiental, há uma expressiva redução na emissão de gases de efeito estufa, no desperdício de água e na contaminação de rios e solos. Já sob o aspecto econômico, as companhias de saneamento e as indústrias que adotam essas tecnologias registram queda significativa nos custos operacionais. Apesar dos avanços, ainda existem desafios que impedem uma adoção mais ampla das tecnologias que unem água e energia.
A falta de investimentos, a carência de políticas públicas consistentes e a necessidade de capacitação técnica são obstáculos importantes. A modernização das redes de saneamento também demanda recursos e planejamento de longo prazo. Contudo, o crescimento de iniciativas sustentáveis e o aumento da conscientização ambiental indicam que o cenário está evoluindo rapidamente. Por fim, o engenheiro Odair Jose Mannrich acredita que o futuro do saneamento passa pela integração total entre tecnologia, engenharia e sustentabilidade.
Autor: Katy Müller
